Desejo e Mentiras l Capítulo 3

 

Capítulo 3 - Lembranças

Boa Leitura !! e não esqueçam da playlist, as músicas dão um clima especial as cenas !!


Música 1 – Mad About You – Hooverphonic

Música 2 – Too Deep – Ritual

Música 3 – Brasa – Jade Baraldo

Música 4 – Brain - Banks


Nosso jantar foi delicioso, contei para Luc tudo que aconteceu na noite anterior entre eu e Laura e foi muito divertido, ele com suas caras e bocas e seus comentários hilários me fizeram relaxar um pouco, após o jantar enquanto Luc fuçava em minha estante de livros eu fui tomar um banho, pois em pouco tempo, Alex passaria para nos buscar.

Eu precisava relaxar e quem sabe conhecer alguém interessante que me fizesse esquecer Alicia de vez, até hoje nenhuma mulher havia conseguido isso, meus relacionamentos sempre foram superficiais, bem mais por uma boa noite de sexo do que por qualquer outro tipo de sentimento, ninguém havia mais despertado em mim todas as sensações que sinto com Alicia, estar ao lado dela é como viver a beira de um abismo e talvez seja isso que me prenda tanto a ela.

Entrei em meu quarto e já me despindo, deixando as roupas caírem pelo chão a caminho do chuveiro, tirei a última peça de roupa que cobria meu corpo e entrei embaixo d'água que estava morna fazendo meu corpo inteiro se arrepiar e relaxar, fechei os olhos e deixei que a água descesse pelos meus cabelos enquanto lembrava do dia que conheci Alicia, não sei porque mas hoje eu estava com meus pensamentos ligados ao dela e sempre que isso acontecia algo relacionado a nós duas vinha a tona e eu definitivamente não estava confortável, mas o que haveria de acontecer, ela estava a quilômetros de distância de São Paulo, estava em outro continente e bem casada, como ela mesmo fez questão de me dizer na última mensagem que me enviou a cerca de quatro anos quando tivemos contato pela última vez, mas eu podia sentir um aperto no coração hoje, eu não gosto desta sensação, mas enfim, continuei com meus pensamentos lembrando do dia em que nos conhecemos a muitos anos atrás.

(play na música 1)

Era noite e eu estava entrando no prédio onde fazia meu curso de fotografia, estava apressada pois estava atrasada, Luc vinha junto comigo e estávamos conversando, ele fazia curso de design no mesmo prédio e sempre nos encontrávamos na porta para jogar conversa fora antes da aula e quase sempre nos empolgávamos na conversa ao ponto de nos atrasarmos toda vez, neste dia eu estava com um jeans claro meio rasgado, uma camiseta básica e uma pequena mochila com minha câmera nas costas, totalmente casual, nada que chamasse a atenção, estávamos nos dirigindo para a entrada, Luc já havia passado pela catraca e eu estava logo atrás dele quando senti alguém pegar em meu braço por trás e ou vi uma voz meio rouca e sensual bem próxima aos meus ouvidos.

- Posso falar com você?

Eu me virei e me deparei com ela, foi como se o mundo parasse de girar, nada tinha movimento e eu só conseguia olhar para aqueles olhos castanhos e profundos, um sorriso lindo e sacana em seus lábios carnudos, seus cabelos quase longos e encaracolados, ela usava um jeans junto que mostrava suas curvas tão perfeitas, naquele corpo de um pouco mais de 1,60m, apesar de sua pouca estatura naquele momento ela parecia dominar totalmente a situação, tinha um ar poderoso em suas atitudes e aquele perfume que nunca mais pude esquecer.

Eu não conseguia falar nenhuma palavra e ela ainda segurava em meu braço, virei em direção ao Luc que estava parado igual uma estátua com a boca aberta, virei olhei para ela novamente que me abriu um sorriso delicioso, aquele sorriso seria a perdição da minha vida e eu ainda nem sabia disso, olhei para Luc e fiz sinal com a mão para ele seguir.

- Luc, depois nos falamos – disse com a voz trêmula.

Não sei porque mas tinha certeza que eu não conseguiria assistir aula naquele dia, Luc me olhou com cara de quem sabia que eu não podia ver uma mulher bonita que largava tudo, mas era diferente, naquele momento meu corpo todo tremia, minha boca não tinha sequer uma gota de saliva, minhas mãos estavam suadas e eu estava sem reação nenhuma, sequer havia conseguido dizer uma só palavra para aquela mulher, uma menina, isso estava me confundindo, ela aparentava ter em tordo de vinte e poucos anos, mas as atitudes de seu corpo eram de uma mulher tão poderosa e tão confiante de si, confesso que sempre fui eu a tomar as atitudes e a abordar as mulheres e talvez o fato de ter sido abordada por ela havia me desestabilizado eu realmente não estava bem.

- Sim, pode - respondi com a voz embargada e meio engasgada.

Ela novamente abriu aquele sorriso que estava me matando, segurou minha mão e me levou para o outro lado da rua onde havia menos movimento, pois estávamos paradas na frente da catraca do prédio em um horário de entrada das pessoas de diversos cursos que eram ministrados alí, as pessoas estavam desviando de nós e olhando com uma cara nada agradável. Chegando ao outro lado da rua ela começou rir e segurou minha mão com suas duas mãos e a levou de encontro ao meu peito bem perto do coração e manteve seus olhos fixos nos meus.

- Você está tremendo, está tudo bem? – disse ainda rindo da situação.

- Sim, estou bem disse puxando minha mão e a colocando no bolso da calça – tenho certeza que eu estava com uma cara de pavor.

Por um instante o silencio tomou conta daquele lugar e apenas nos olhávamos tão profundamente que sentia meus olhos queimarem, um calor foi subindo dos meus pés e senti um arrepio percorrendo minha coluna até chegar a minha cabeça, ela também parecia estar em uma hipnose, eu não estava sozinha naquela sensação, meu olhar foi descendo de seus olhos em direção a sua boca quando pude ver ela molhar os lábios com a língua e engolir seco. Nenhuma de nós sabia o que dizer, só estávamos sentindo uma energia tão forte em nossos corpos que nada, mas nada ao nosso redor poderia afetar aquele estado de êxtase, quando ela resolveu quebrar o silêncio.

- Eu te vejo a muito tempo aqui e sempre tive vontade de falar com você, mas nunca tive coragem – disse ela com aquela voz rouca e sensual.

- Mas hoje eu tive coragem, não podia mais te ver passando todos os dias e não falar nada, te vejo por aqui com seu amigo e fico de longe admirando e querendo falar com você, mas você tem um semblante tão sério que achei que me dispensaria antes mesmo de eu dizer oi, mas eu queria muito te conhecer, não tinha nada a perder – disse com um sorriso sacana nos lábios.

Foi neste momento que ela me desmoronou, e eu sorri para ela.

- Não sou um bicho papão não, jamais iria te ignorar ou ser grosseira com você, só sou um tanto reservada e confesso que o que você fez hoje comigo me deixou desarmada, você foi um tanto atrevida e eu gostei – disse sorrindo para ela.

- Haha, atrevida, adorei, nunca ninguém me chamou de atrevida também – disse ela gargalhando.

Era estranho como parecia que já nos conhecíamos, por mais que estivéssemos conversando a poucos minutos parecia que nos conhecíamos tão profundamente que estava me assustando de verdade.

- Desculpe, não foi de forma pejorativa que eu falei, a tá, deixa prá lá, vou acabar me enrolando – falei rindo e de repente estávamos as duas rindo da situação.

Era uma sensação mágica, sua energia me envolvia de uma forma inexplicável e eu estava totalmente confortável com sua presença apesar de estar com meu corpo em colapso.

- Eu me chamo Alícia e você?

- Jackie

- Prazer Srta. Jackie - disse ela chegando com seus lábios bem próximos ao meu ouvido.

Ela tinha um ar excitante e misterioso, algo inexplicável que eu jamais havia sentido em qualquer outra mulher, ela fazia meu corpo ter reações espontâneas e inesperadas e ela sabia disso e parecia adorar, cada vez que meu corpo se descontrolava ela sorria, como se soubesse exatamente o que estava fazendo e fazia de propósito.

- Posso te perguntar uma coisa? Disse olhando em seus olhos.

- Claro que pode Jackie, diga o quer saber.

- O que te fez falar comigo? Por que eu nunca te vi por aqui.– falei com um ar de curiosidade.

- Bem, eu te quis desde o primeiro dia que te vi, sentia uma vontade enorme de beijar teus lábios e não sabia porque, mas nunca tive coragem de te abordar e talvez você não tenha me visto por que eu não quis, eu queria te apreciar anonimamente, me dava prazer te desejar de longe – disse Alicia com uma voz manhosa.

- E como nunca te vi, isso é estranho, você estuda aqui?

- Sim, na verdade estou finalizando meu curso e era a última oportunidade de falar com você.

- Mas eu já estudo aqui há um bom tempo, por que não falou comigo antes? Falei querendo entender mais sobre o que estava acontecendo.

- Tudo tem a sua hora, seu momento certo e decidi que hoje era o momento e te abordei, mas confesso que fiquei com medo – falou com a voz embargada.

- Medo do quê? Já disse que não a trataria mal – falei de forma carinhosa.

- Eu não tinha medo de você, meu medo era de seu corpo não sentir o mesmo que o meu corpo sente, que suas mãos não ficassem trêmulas como as minhas ficam toda vez que te vejo, medo de sentir sozinha todo esse calor queimando cada canto do meu corpo – falou com a boca tão próxima da minha que pude sentir seu hálito doce e sua respiração ofegante.

Aquelas palavras caíram sobre a minha cabeça como uma bomba, eu não estava entendendo nada do estava acontecendo, meu Deus de onde saiu essa mulher? Não é possível que eu não tenha notado, ela é linda e não é uma beleza comum, eu a teria notado, tenho certeza disso, sempre fui atenta a mulheres com essa presença de Alícia, ela invade os lugares com sua energia, ninguém fica indiferente a sua beleza, ela é empoderada, dona de si, tem um olhar penetrante, não há como permanecer indiferente a ela.

Naquele momento eu não conseguia dizer mais nada para ela, aquelas palavras entraram por meus ouvidos e tomaram conta de cada célula do meu corpo que novamente voltou a tremer por inteiro, eu só sentia seu perfume, seu hálito doce e me perdia no profundo castanho de seus olhos, quando de repente senti suas mãos segurarem as minhas com força e seus lábios suavemente tocando minha testa.

- Eu preciso ir agora, nos vemos por aí – disse ela com aquele sorriso que me deixa perdida e com seus olhos diretos que pareciam incendiar tudo, se virou e foi embora.

Eu confesso que fiquei ali parada na mesma posição até ver alivia virar a esquina, eu não tive nenhuma mísera reação, estava paralisada, quando meus olhos não podiam mais alcançar sua imagem respirei fundo, olhei para os lados para ver se alguém estava apreciando a cena patética de eu estar parada no meio da calçada olhando para o nada, percebi que em volta a vida corria normalmente, eu de fato não sabia muito bem o que fazer naquele momento, apenas ascendi um cigarro e dei uma tragada longa, deixando aquela nicotina tomar conta de minha corrente sanguínea e me acalmar, eu precisava parar de tremer, eu mal conseguia andar daquele jeito.

Não sei por que, mas eu sinto que essa mulher seria a minha ruína, e o que ainda estaria por vir seria muito mais intenso do que aquele primeiro encontro.

A água ainda escorria pelo meu corpo quando escutei Luc batendo na porta do quarto desesperadamente e me chamando, eu fechei o chuveiro rapidamente, me enrolei em uma toalha e saí do banheiro em direção a porta do quarto deixando um rastro de água pelo chão, abri a porta do quarto e lá estava Luc e Alex.

- Jackie, porra, você ainda está assim? – falou Alex olhando pra minha cara de assustada enrolada na toalha.

- Não podemos nos atrasar, há, você estava se masturbando no chuveiro né filha da puta – disse Alex gargalhando.

- Alex, deixa de ser idiota – disse brava com ela.

- Há deixa de ser puritana Jackie, você está com cara ótima e isso só tem uma explicação, gozou né?

- Alex você não é desse planeta, juro que não sei como Lena te aguenta, eu estava apenas tomando um bom banho, meu dia foi uma merda.

- Por favor, vocês podem discutir depois, agora até eu já estou ansioso, Jackie por favor veste logo uma roupa e vamos – disse Luc agoniado.

- OK, mas me deixem em paz por dez minutos, nem escolhi uma roupa descente ainda.

Bati a porta na cara dos dois e fui em direção ao meu guarda roupas, separei umas coisas e enquanto escolhia ouvia as risadas do Luc e da Lena enquanto Alex falava suas besteiras, ela não tinha jeito mesmo.

Abri a porta do quarto e logo ouvi Alex gritando.

- Vadia, porra, você quer matar quem hoje? Que fucking roupa é essa? Até eu fiquei com vontade de trepar com você agora – disse ela rindo.

Lena rapidamente lhe deu um tapa no braço.

- Alex que horror, isso é jeito de falar? – disse Lena com aquela voz calma e doce, não sei como ela aguentava a Alex, elas são completamente diferentes, bem, vai ver que é por isso que dá certo.

Jackie, desculpe, mas eu tenho que concordar com Alex, até eu te pegaria hoje se você não fosse tão minha amiga – disse Luc gargalhando.

- Há, vão a merda vocês dois, não me encham e vamos logo vocês não disseram que eu estava demorando demais?

- Ok Srta Sexy, vamos embora, mas fica longe de mim senão não respondo pelos meus atos – disse Alex gargalhando.

- Há, foda-se Alex, vamos embora logo, preciso beber e muito hoje – falei com malicia.

- Eita, que hoje é dia da mulherada cair matando na Srta. Sexy aí – disse Luc rindo e me dando um tapa na bunda.

Saímos então os quatro do apartamento rindo e descendo as escadas, Alex estava de carro e íamos todos juntos, afinal ela e Lena sabiam onde íamos, eu e Luc não tínhamos a menor ideia, pois elas fizeram questão de manter o segredo.

Em cerca de meia hora chegamos enfim, o local estava bem movimentado, já havia uma  fila na entrada e eu podia ver muitas mulheres, elas eram com certeza a maioria ali, todas bem arrumas e maquiadas, já vi que podia me dar bem essa noite.

- Alex, pelo menos você me trouxe em um lugar que posso realmente me dar bem – falei olhando pela janela do carro e vendo aquelas mulheres na fila.

- Jackie, eu disse que você iria adorar, quando me falaram o que rola aí dentro sabia que adoraria – falou com um ar sarcástico.

- Alex estou com medo, olha isso essa mulherada está pronta para matar – disse Luc gargalhando.

(play na música 2)

Alex então parou o carro bem na porta, enquanto o manobrista se aproximava abri a porta do carro, eu e Luc estávamos no banco de trás, descemos e só então eu puder ver com detalhes a entrada do lugar, parecia um antigo galpão de uma fábrica, a fachada é extremamente alta, deve ter uns seis ou sete metros de altura, toda em tijolos aparente, que creio ser ainda da época da construção do local, pois estavam desgastados do tempo e aquilo dava um ar interessante, ao centro há uma enorme porta preta de folha dupla com detalhes na madeira e nas laterais grandes faixas em veludo vermelho caem do topo do galpão até quase tocar o chão, luminárias iluminam essas faixas de baixo para cima, projetando sombras incríveis, dos dois lados da porta tochas acesas, não há um nome na porta apenas imagens de palavras sendo projetadas na parede, fiquei por alguns instantes olhando todas aquelas palavras e posso dizer que me deparar com tudo aquilo até eu estou com uma mistura de medo, curiosidade e desejo de entrar nesse lugar, esse fogo nas tochas e palavras obscenas e provocadoras como, luxúria, prazer, desejos, sussurros iam sendo projetadas na parede de tijolos e o som da música que vinha de dentro era de fato instigante, de uma coisa eu tenho certeza, se aquilo era algum tipo de marketing estava funcionando pois havia um certo frenesi entre as pessoas que estavam aguardando para entrar.

- Gente o que está acontecendo, as pessoas estão em alvoroço, Alex me conta o que você sabe, afinal foi você que me convidou, não é possível que não saiba de nada – disse com extrema curiosidade olhando diretamente para Alex.

- Eu juro que não sei de nada, a Lena que leu em algum lugar que abriria este lugar e eu adoro novidade né? Falou Alex com sarcasmo.

- Sim, saiu uma matéria grande naquele site de diversidades falando sobre a inauguração desta casa, e na matéria apenas falava de forma superficial, parece que nem eles tinham muito acesso as informações, só disseram que uma empresária de fora do Brasil estava trazendo um novo conceito de diversão para mulheres que apreciam mulheres e que as pessoas então fossem a essa inauguração e triam certeza de nunca ter estado em um local tão inusitado e sensual - disse Lena

- Meninas parem de falar porque a porta abriu e agora a curiosidade vai acabar, assim que chegar nossa vez de entrar porque meu Deus olha o tamanho dessa fila – Luc falou gargalhando.

Eu não nego que estou ansiosa, na verdade o fato de sair e jogar na noite já me deixa animada, mas todo esse clima deste lugar e o fato de não saber o que há lá dentro está me deixando excitada, sinto que grandes coisas me esperam lá dentro.

Quando abri meu guarda roupas fiquei alguns minutos olhando para escolher uma roupa que fizesse jus a minha excitação da noite, só de pensar que estaria ouvindo música, bebendo e com a possibilidade de conhecer pessoas novas e quem sabe ter uma ótima noite de sexo, então optei pelo que me deixaria confortável mas atraente, escolhi uma calça preta justíssima o que deixaria minhas curvas evidentes, uma bota preta com um salto médio e uma camisa preta praticamente transparente que mostrava minha lingerie preta de renda, deixei os botões de cima abertos até dar uma visão parcial dos meus seios, uma maquiagem leve evidenciando meus olhos e nos lábios algo bem sutil, apenas para dar um certo brilho e claro que me encharquei de perfume.

Já estávamos na fila a uns vinte minutos e agora chegava enfim a nossa vez de entrar, a porta se abriu e entramos.

(play na música 3)

- Puta que pariu - foi só o que eu consegui dizer.

Aquela porra de música começou a tocar e eu só podia ouvir a letra da música e sentir o clima daquele lugar, era um grande galpão, havia no centro um enorme bar circular, dentro do bar só haviam mulheres vestidas apenas com corpetes em renda preta e calças de couro tão justas que juro não sei como conseguiam se mexer, todas com cabelos longos e perfeitamente arrumados, elas estavam maquiadas e impecáveis, havia também um palco mais adiante com uma cortina de veludo vermelho que o fechava, na sua frente uma pequena pista de dança, mas o forte do lugar eram pequenas saletas com sofás confortáveis e mesas de centro, não haviam mesas de bar, eram como se fossem pequenas salas de estar, com iluminação baixa e avermelhada o que deixava o lugar com uma atmosfera tão sexual que eu já estava ficando nervosa, quando de repente as luzes se aparam e somente a música ao fundo continuava tocando quando alguns holofotes que estavam localizados no piso ao redor do bar se ascendem em direção ao teto e eis que meu queixo quase foi ao chão, os holofotes iluminaram grandes argolas tipos bambolês desses tipos de circo pendurados no teto e em cada um deles havia uma garota e estavam vestidas apenas com uma lingerie e meias com cinta liga fazendo movimentos de malabarismo nestas argolas ao som desta música foda, elas faziam um show incrível, elas dominavam aquele elemento e deixavam os movimentos tão sexy que eu juro que poderia ficar molhada só de ver aquilo por mais uns minutos, as argolas começaram a descer até chegarem ao chão e as mulheres então se misturarem entre as pessoas que estavam ali.

As pessoas estavam em êxtase, mas parecia que haviam ainda mais surpresas, foi quando novamente as luzes se apagaram e somente um holofote apontava para o teto bem acima do palco, todos então ficaram em silêncio quando a música começou a tocar.

(play na música 4)

E lá do alto desce enrolada em duas faixas de tecido uma mulher completamente nua, usando a técnica de tecido acrobático ela tirou gritos de todos que estavam lá, ela se enrolava com maestria nos tecidos e seguia o ritmo da música sensual e provocativa que tocava, o lugar estava totalmente escuro, somente aquele holofote a iluminava e aquele jogo de luzes e sombras em seu corpo nu estava me levando a loucura, que porra de lugar é esse, ela ia dançando e fazendo acrobacias apenas presa a este tecido, isso é tão sensual e sexual ao mesmo tempo, em alguns momentos o tecido roçava em seu sexo e ela tinha em seu rosto uma expressão de prazer, ela tinha cabelos compridos em um tom cobre, seus olhos verdes e brilhantes me deixou vidrada, e ela tinha um corpo escultural, era possível identificar todos os músculos de seu corpo, eu estava tão alucinada que fui andando em direção ao palco para ficar mais perto, aquilo era surreal, a música tinha umas batidas mais fortes e ela acompanhava o ritmo e ia descendo lentamente em movimentos que simulavam um orgasmo e assim foi ate chegar ao chão onde já havia uma mulher a aguardando com uma peça que parecia um sobretudo em renda preta que amarrava na cintura tipo um roupão, ao final da música ela já com os pés tocando o chão, virou de costas até o último acorde da música e se vestiu apenas com aquela peça de renda, quando se virou seus olhos se fixaram nos meus, eu estava imóvel, ela me olhava fixamente e andava em minha direção, quando passou ao meu lado, encostou sua boca em meus ouvidos e disse:

- Gostou do show? – disse com uma voz levemente rouca e cheia de desejo.

Aquela sensação do meu corpo queimar por inteiro, fazia tempo que nenhuma mulher me fazia sentir aquilo, mas será que era porque eu havia lembrado de Alícia que aquelas sensações estavam me consumindo neste momento?

Ela se virou sem dizer mais nada e continuou em direção a parte de traz do palco sem olhar para traz, e com a cabeça erguida com seu ar de superioridade absoluta, só podia ouvir os gritos da mulherada que estava no local, ela nem sequer se abalou com nada do que estava sendo dito, simplesmente sumiu e eu fique parada em choque e só consegui pensar uma coisa.

- Porra, quem mulher é essa? Acho que minha noite pode ser melhor do que eu imaginava.


Continua...

Não esqueçam dos comentários, adoro a interação com as leitoras! 



Comentários